quinta-feira, 30 de junho de 2011

28-06-11

Meu dia começa na primeira hora.
Alívio ou tensão... Quem sabe o que sinto?
A chegada à cidade é tranquila e silenciosa.

As rodas caminham por mim,
"Como é boa a sensação de chegar num piscar de olhos!"
Penso eu.

O silêncio e o medo me invadem na entrada.
Giro a chave e piso devagar,
Qualquer barulho é crucial ao sono do velho "cacique".

Deixo as malas,
Abro a despensa.
Brilham os olhos diante da maravilhosa visão.

Com as energias recompostas,
O sono é leve e tranquilo,
Quente e macio... Como deve ser o de um urso cansado.

A hora é inimiga pela manhã,
Passa apressada e não espera,
Até que eu seja obrigada pela consciência a ir contra meu corpo,
Que clama: CAMA!

Entro no chuveiro,
A tinta dos meus cabelos tinge a mesma água que me banha.
Saio mais recomposta
"Água purifica, menina!"... Já dizia Vovó.

No ônibus outro dito vem à minha cabeça:
"Dinheiro não nasce em árvore, menina!"... Dizia Mamãe.
E as últimas pratas da carteira se vão,
Como uma triste despedida de cinema.

Na escola (eita, escola),
Falta-me linguagem poética para descrever
O suor, as abdominais, bolas, cestas, pulos... E o cansaço!
"Exercício é saúde, menina!".... Diz o professor.

Subo a rua com rapidez e ansiedade.
"O que estão aprontando sem mim?"
Penso novamente.

"Tem prova em plena greve, menina!"... Diziam eles.
Rumamos para denunciar o ocorrido,
Em nome da maioria.

Logo após,
Pensando poder ser útil,
Eu rumo a outro rumo,
De outros jovens que me esperam.

Chegando lá:
"Já acabou, menina!"... Disse-me o desencontrado.

E eu parto a escrever sobre o que paira no dia,
Em cada frase,
Cada linha,
De encontros, desencontros,
Dessa imensa e inconstante vida.

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